Começo a entender porque no Brasil as pessoas “não ficam em casa”. Falta interioridade. As pessoas não tem para onde voltar , não tem onde se recolher. Onde estar se eu não sou? Essa que é a única possiblidade de “sobrevivência”, ir para fora, é a morte. A morte que anda solta. E as pessoas nas ruas, nos lugares, fugindo do encontro consigo mesmas, à espera e espalhando a morte que espreita entrar onde não estou. Porque onde estou , onde faço morada, onde me acolho ao abrigo, ela não entra. Não falo aqui das pessoas que trabalham em áreas prioritárias à vida. Estes, só estes, teriam que estar transitando. Sem pele, sem dentro e fora, sem jogo de luz e sombra, o tempo não passa. Sair para dentro é uma viagem a um lugar inesquecido. Quem tem este recurso atravessa este momento sem ameaçar aos outros nem a si mesmo. É urgente ensinar as pessoas a ficarem “em casa”, lhes dar lugar, lugar no mundo dos vivos para que deixem de ser “zumbis” ameaçando a humanidade.
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